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O Outono chegou com a sua delicadeza habitual, com vento, chuva e folhas de árvores espalhadas pelo chão, num qualquer jardim ou rua de Portugal. Esta podia ser uma memória de um de nós, mas também pode agora ser um ativo para um prompt, num qualquer modelo de inteligência artificial (AI) de reconhecimento de imagens, sendo esta uma imagem de marca que associamos à estação do Outono.
Com esta associação entre a imagem e o contexto, chegou também uma nova temporada da famosa peak season, período tipicamente com grande atividade comercial, onde marcas disputam entre si o top of mind do consumidor, num cada vez mais alargado black friday.
Se alguns anos atrás a preparação, os descontos e simplesmente estar ativo nesta época, seria um fator de sucesso, atualmente existe uma maior complexidade para conseguir a tão desejada diferenciação. É aqui que a Inteligência artificial pode entrar como o fator “x”, e fazer a diferença na altura de escolha e momento de decisão do consumidor.
A inteligência artificial veio acelerar a nossa capacidade de desenvolvimento, de agregação, de descoberta e tradução de informação, tão bem demonstrado no recente trabalho de pesquisa na Universidade Nacional de Singapura (1) (2), quando um modelo de AI leu padrões cerebrais humanos para replicar a imagem que estava a ser visualizada, por exemplo, uma imagem de uma girafa, tendo sem surpresa conseguido com muita precisão.
Num recente estudo da McKinsey & Company (3), “The economic potential of generative AI: The next productivity Frontier”, é também destacado como os recentes avanços em Inteligência Artificial vão fortemente impactar as áreas de Marketing e Vendas, e a própria experiencia do consumidor.
Este ano, os nossos segredos mais íntimos de consumo podem também eles ser mais bem traduzidos em dados, algo que nos leva a acreditar que também as marcas, com a sua essência, brand equity e personalidade, podem ser decifradas em conjuntos de informação, para que qualquer concorrente possa replicar e assimilar as suas virtudes.
Mas será que esta descodificação dos segredos do comportamento humano terá também impacto no longo prazo na nossa sociedade e na forma como criamos e gerimos Marcas? Ficaremos nós reféns de um mundo cada vez mais conhecedor e, portanto, previsível na sua gênese, na era de predictive Marketing?
Esta era de descodificação das marcas, também ela pode significar uma cada vez maior capacidade de criação, de ir para além do obvio e, de conseguir que uma variável de contexto como a imagem do Outono, associada a sentimentos de consumidor, faça ainda mais sentido nesse alinhamento necessário de condições, por forma a que a escolha e decisão de compra sejam mais simples de compreender e favoráveis.
As Marcas vão ter de ter a capacidade não só de se adaptarem neste curto prazo, para não perder a sua essência, mas também de construir uma base sólida para o futuro, onde o fator diferenciação assumirá um papel mais principal no seu sucesso.
Como diria Peter Drucker “The best way to predict the future is to create it." Nada melhor do que saber mais, para criar cada vez melhor, garantindo às marcas e negócios que os seus fatores de diferenciação não desapareçam, nem se descodifiquem facilmente.
Referências:
(1) Notícia sobre research em AI e imagem, na Universidade Nacional de Singapura - https://www.nbcnews.com/tech/tech-news/brain-waves-ai-can-sketch-picturing-rcna76096
(2) Paper - Seeing Beyond the Brain: Conditional Diffusion Model with Sparse Masked Modeling for Vision Decoding - https://arxiv.org/pdf/2211.06956.pdf
(3) Research McKinsey & Company - https://www.mckinsey.com/capabilities/mckinsey-digital/our-insights/the-economic-potential-of-generative-ai-the-next-productivity-frontier#business-value
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