- Mãe posso lamber a taça?

Costumo dizer que se a minha mãe não fosse enfermeira tinha sido Chef. Recordo, que trazia sempre das viagens que fazia com o meu pai, livros de culinária dos vários países que visitavam. Há três títulos que nunca me saíram da memória e que fizeram sempre parte da biblioteca gastronómica lá de casa: “La Nouvelle Cuisine”, “O Livro de Pantagruel” e “O Tesouro das Cozinheiras”.

Não me considero uma expert como cozinheira, mas gosto de ser criativa nos meus cozinhados e de aprender testando comigo própria o que faço. O desafio é chegar a casa, olhar para o frigorífico, e inventar algo. Sou uma curiosa pelas escolas de culinária, as técnicas, as tendências que movem os profissionais desta área. Pode não ser preciso ser Chef para criar receitas. Mas, é fundamental saber trabalhar com amor os vários ingredientes. E este “Amor”, para mim, é o talento e conhecimento profissionais para respeitar os sabores e texturas de todos os alimentos e ingredientes, sabendo conjugá-los com mestria para se criar uma reação “mágica” no paladar. Esta sensação inexplicável, que através do palato nos provoca satisfação e felicidade, concentra em si, uma suprema energia de partilha. A mesma energia que quero trazer nas minhas histórias sobre estes “mestres” e lugares. Um espaço de aromas, de calor, de trabalho e de criatividade. Um laboratório de experiências que se provam. Um atelier onde os pratos são as telas e os alimentos as esculturas. Uma viagem cheia de tradições e cores. Uma mesa de culturas para explorar… é assim que vejo a minha aventura no fabuloso universo da Cozinha.