A crise da imprensa

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A opinião de Uriel Oliveira
A crise da imprensa
15 de Fevereiro de 2019
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A crise da imprensa
Uriel Oliveira
Diretor de Produto da Cision

A crise da imprensa terá provavelmente muitas explicações, mais ou menos complexas, mas a mais óbvia de todas, explica-se por si mesmo: Leitores - A imprensa perdeu os seus leitores.

Como qualquer negócio que não tem clientes, ou fecha as portas ou reinventa-se e cria novos mercados.

Um novo mercado surgirá de necessidades que ditarão novos hábitos de consumo que só alguns estarão preparados para deslumbrar, sejam marcas tradicionais de comunicação social que saíram do quadrado do antigo paradigma, ou sejam novas marcas, que nascerão em resposta às novas exigências dos consumidores.

A conversão para um modelo de negócio 100% digital parece irreversível. O papel será apenas um subproduto de nicho para os leitores da velha guarda, enquanto estes pagarem os custos da impressão.

É um facto que as marcas de imprensa continuam, por agora, a ter a confiança dos cidadãos, como fontes de informação credível, pelo que, arriscam tudo quando caiem na tentação das notícias falsas, do sensacionalismo desmesurado e das histórias de fontes duvidosas e não verificadas. A diferenciação far-se-à por marcas com garantia de independência e credibilidade e sobretudo de bom jornalismo, histórias que os leitores gostam e por isso, quem sabe, estarão disponíveis para as pagar.

Sem leitores, a imprensa portuguesa tem perdido influência junto dos cidadãos, contudo, paradoxalmente, continua com grande influência para o poder político.

Um fosso entre políticos e cidadãos, que, em outras geografias do mundo, abriu o espaço político ao populismo e premiou nas urnas quem virou as costas à imprensa e criou influência por outros canais, bem mais próximos dos cidadãos.

O Presidente da República Portuguesa, uma grande figura dos media, que desde o início do seu mandato até hoje, não existiu um único dia, em que não tenha sido notícia na comunicação social, parece estar empenhado em salvar a imprensa portuguesa de um naufrágio anunciado. Nos Prémios Gazeta 2018 lançou uma pergunta retórica que passo a citar:

"A grande interrogação que eu tenho formulado a mim mesmo é a seguinte: até que ponto o Estado não tem a obrigação de intervir? Não sei, verdadeiramente, quais são as pistas. Tenho para mim esta preocupação, que é: não queria terminar o meu mandato presidencial com a sensação de ter coincidido com um período dramático da crise profunda da comunicação social em Portugal. E, portanto, da liberdade em Portugal e, portanto, da democracia em Portugal", acrescentou.

Não! A intervenção do estado na comunicação social, para além de ir contra as leis do mercado, é, na minha opinião, e ao contrário do que sugere Marcelo Rebelo de Sousa, uma ameaça à verdade, à independência e à democracia.

Uma imprensa dependente de uma subvenção estatal é uma imprensa de regime, é uma afronta às leis do mercado e uma tentação irresistível ao controlo estatal.

Uma imprensa “controlada” pelo Estado é impensável nos dias de hoje e cabe-nos a nós cidadãos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que isto não aconteça, para que os políticos não interferiram nunca nas leis que o mercado sabiamente dita.

Estou confiante que se deixarmos o mercado funcionar, uma nova imprensa reflorescerá, encontrará os seus leitores, num novo paradigma, independente, sem qualquer apoio estatal e totalmente alinhada com os interesses, necessidades e expectativas dos cidadãos.

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