O último estudo da Cision, o “Estado dos Media 2018” revela que a indústria global dos media está preocupada com a confiança do público, e que valoriza mais a informação precisa do que a informação em primeira mão.

Uma revelação que não sendo surpreendente, é totalmente contraditória com a realidade dos media portugueses.

Nos tempos que correm em Portugal, parecem ser os próprios media a fazer tudo para minar a sua credibilidade. Poucos querem saber da confiança do público e quase todos procuram furos de última hora que mesmo não estando totalmente confirmados, permitam alcançar a maior audiência possível num curto espaço de tempo.

Se os media do mundo revelam estar preocupados com o efeito das fake news para a sua credibilidade, muitos media em Portugal são a fonte das próprias fake news, fazem tábua rasa dos princípios deontológicos, não confirmam fontes, não confrontam os intervenientes, não investigam a fundo os assuntos, matam e esfolam por intriga, sangue e lágrimas.

“Os truques da imprensa portuguesa” é uma página de Facebook que denuncia muitos destes casos e que envolve diretamente as maiores marcas de media em Portugal – recomendo.

Hoje, a credibilidade dos órgãos de comunicação social é possivelmente o seu maior ativo e fator diferenciador face a outras fontes de informação - num mundo de desinformação em que todos são potencialmente media e onde existe um sentimento de descrédito geral nos media, lançado inclusivamente por alguns dos principais players políticos mundiais, ter órgãos e comunicação social que possam validar a informação de forma isenta e imparcial, é crucial e determinante para a sustentação da democracia.

É este o motivo que leva a que órgãos de comunicação social e jornalistas de todo o mundo, reconheçam a sua preocupação com a credibilidade e consideram as fontes de notícias falsas como os seus principais inimigos.

É por este motivo, que me atrevo a afirmar que um órgão de comunicação social que não seja credível, mais tarde ou mais cedo, estará condenado ao desaparecimento.