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Como muita gente que gere projectos, sou obcecada pela produtividade. Não na acepção fordiana, que mede o número de peças fabricadas por hora ou candidaturas entregues por semana. Falo da produtividade na era de Seth Godin, entendida como a quantidade útil de outputs por hora de trabalho - seja o que for que cada um de nós está a tentar atingir com o seu trabalho. Pode ser dinheiro ganho, conhecimento partilhado ou vidas transformadas. E isto faz ainda mais sentido para quem gere equipas, hoje, se pensarmos que da boca das novas gerações de humanos ouvimos, cada vez mais, falar de objectivos do trabalho como propósito e impacto.
A maneira universal de sabermos se, com o nosso trabalho, estamos a ser mais ou menos produtivos na procura dos nossos objectivos, é medir. Fixar indicadores de sucesso no caminho para esses objectivos e medi-los regularmente.
A internet, em toda a sua profusão de feedback, é hoje uma poderosa ferramenta de medição dos mais variados indicadores. Podemos medir praticamente tudo em tempo real: o engagement de uma ideia através de likes, tráfego e shares; as vendas ou taxas de utilização de um produto ou serviço; o financiamento angariado numa campanha de crowdfunding; a progressão dos alunos em programas de e-learning; as assinaturas numa petição para uma causa social; os votos num movimento político; os fluxos logísticos de tudo o que se mexe; as filas evitadas numa repartição pública. Se formos o Jeff Bezos, até podemos medir quanto tempo os nossos funcionários demoram na casa de banho. No meio de tanta informação, de tão fácil acesso, é comum instalar-se um certo nível de psicose do controlo e perdermos de vista a floresta. Damos por nós e estamos reféns do famoso Fear of Missing Out (FoMO).
Este Verão, decidi experimentar algo novo e limitar o número de indicadores que monitorizo online, de redes sociais que consulto, de emails e mensagens não solicitadas a que respondo, de estudos que leio e de eventos a que escolho ir. Descobri a alegria de ficar de fora, de não ir a todas. Bem vindos à Joy of Missing Out (JoMO). Ao princípio não foi fácil, mas com o tempo tem-se revelado incrivelmente libertador abraçar esta ideia. Ainda não sei dizer se a minha produtividade aumentou ou diminuiu porque, adivinharam, parei de medir. Mas quando começo a ficar ansiosa, lembro-me que estamos em agosto e – Ei! - qual é o pior que pode acontecer?!”
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