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75% dos portugueses dizem-se preocupados com o ambiente e as
alterações climáticas, com 14% a afirmarem estar muito preocupados e 61% a
demonstrarem alguma preocupação. Esta preocupação reflete-se quando 88% dos
cidadãos inquiridos confirmam valorizar produtos, empresas e marcas
sustentáveis.
Estes são os principais resultados do estudo “Portugal e França: Juntos
na Transição Ecológica - A responsabilidade das empresas em tempo de Covid”,
desenvolvido pelos Conselheiros do Comércio Externo de França em Portugal em
parceria com o BNP Paribas Personal Finance, que aborda o combate às alterações
climáticas, colocando o foco nas empresas, com destaque para as de origem
francesa presentes em Portugal, enquanto agentes responsáveis por uma sociedade
mais sustentável.
No estudo
procurou-se também compreender e avaliar se a preocupação e o compromisso com a
transição ecológica por parte das empresas é, ou não, um fator de valorização
perante os cidadãos e de que forma é que os cidadãos percecionam este
compromisso. Na verdade, os cidadãos inquiridos referem mesmo que, por
exemplo, num contexto de mudança de emprego, em que se escolhe entre um
empregador comprometido com a sustentabilidade e um que não o seja, 54%
admitiram que prefeririam as ofertas de trabalho de empresas associadas a boas
práticas ambientais. Apenas 3% dos portugueses inquiridos dizem não ter de todo
em consideração este fator quando se candidatam.
No entanto, a maioria dos inquiridos (69%) continua a
percecionar que as empresas comprometidas com a proteção ambiental representam
uma minoria. Esta perceção dos cidadãos de que apenas uma parte está empenhada
na concretização deste objetivo poderá estar relacionada com o facto de,
atualmente, apenas 23% se recordarem de ações ambientais promovidas pelas
empresas, o que evidencia que os esforços têm tido ainda pouco impacto e
visibilidade junto dos cidadãos.
Para alcançarem o compromisso com a proteção
ambiental, as empresas precisam de realizar ações concretas; e para obterem
reconhecimento, precisarão de conseguir comunicar melhor junto dos
consumidores. Isto porque 62% consideram que as ações realizadas e
comunicadas pelas empresas, apesar de corresponderem a um compromisso efetivo,
são também desenvolvidas com o intuito de trabalhar a sua imagem; 24%
consideram que servem apenas para passar boa imagem e apenas 14% acreditam num
compromisso efetivo, em que a imagem passada é secundária. Por outras palavras,
se é um facto que os consumidores não acreditam facilmente nas medidas de
responsabilidade social que muitas vezes as empresas declaram cumprir, é
igualmente verdade que os cidadãos estão mais capazes de distinguir green
washing dos compromissos autênticos das empresas.
O estudo foi apresentado durante o debate: A Transição
Ecológica e a Responsabilidade das Empresas que juntou Portugal e França num
debate de ideias sobre a importância de juntos os países trabalharem para uma
transição ecológica.
Quando
questionadas sobre qual o grau do seu compromisso com a transição ecológica,
numa escala de 1 a 10, as empresas francesas em Portugal autoclassificam-se
com 8,7. 39% destas empresas francesas em Portugal chegam mesmo a atribuir
a nota máxima, dando indicação que a respetiva organização está totalmente
empenhada neste tema. Um compromisso que para mais de 50% das empresas se tem
traduzido, por exemplo, na criação de estruturas especificamente dedicadas à
gestão da mudança, colocando no centro a preocupação sobre a forma de fazer
avançar as suas organizações e negócios neste caminho.
No entanto, as empresas francesas em Portugal admitem
que concretizar esta transição não é uma tarefa fácil, identificando mais de
metade os hábitos e costumes (resistência cultural) como o principal obstáculo,
e quase um terço os custos elevados do processo. Cerca de 26% identifica outros
aspetos como a resistência à mudança e 13% a burocracia associada a estes
processos, a complexidade da estrutura e a falta de apoio do Estado, barreiras
que precisam ainda de ser ultrapassadas.
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