Ainda que seja cedo para fazer previsões, provavelmente o Covid-19 terá mudado para sempre o mundo do trabalho. Pelo menos, assim esperam os trabalhadores ávidos por uma maior flexibilidade laboral e também as empresas digitais e tecnológicas (nomeadamente aquelas que estão focadas na realização de videoconferências e as plataformas de colaboração).

O teletrabalho é neste momento uma prática normal para a maior parte das empresas. Mas, apesar de trazer vários benefícios, este sistema acarreta vários desafios para os líderes que comandam as companhias. Num artigo para a revista W&V, Oliver Blüher, CEO da plataforma Slack na Alemanha, apresenta alguns conselhos para aqueles que têm de dirigir o “barco” durante a tempestade.

1. Permanecer em contacto com a equipa: apesar de poderem ser bastante “stressante” as jornadas laborais em casa, é importante que os líderes arranjem tempo para estabelecer conversas individuais com os seus colaboradores. É fundamental que os trabalhadores sintam que os seus superiores hierárquicos estejam disponíveis para si. Os encontros virtuais podem fazer verdadeiros milagres a nível de rendimento e a nível emocional.

2. Manter a comunicação e estar disponível: é importante que os trabalhadores saibam que sempre que seja necessário algum tipo de suporte, alguém irá poder prestar auxílio. Apesar de trabalharem em casa, isso não quer dizer que o colaborador tenha de enfrentar de forma solitária a resolução de problemas que possam surgir. As ferramentas de colaboração possibilitam uma comunicação fluída e transparente entre os diferentes membros da equipa, o que é vital para detetar possíveis problemas e arranjar soluções conjuntamente.

3. Agendar determinadas horas para tarefas de coordenação: os líderes devem estabelecer certos horários para que os seus subordinados possam comunicar com eles para coordenar projetos. Para que o “home office” seja bem-sucedido, os responsáveis das equipas devem fazer uma lista com as pessoas com as quais precisam falar em cada dia (ainda que seja apenas para verificar como é que decorrem os projetos nos quais estão envolvidos e observar como está o seu estado emocional).

4. Reforçar a transparência para evitar mal-entendidos: não podemos assumir alguma coisa como óbvia, ainda que para nós nos pareça assim. É importante utilizar palavras que sejam facilmente compreensíveis, uma vez que nem todos os colaboradores conseguem assimilar o volume de informação da mesma forma, além de que todos eles interpretam as situações de maneiras diferentes.

5. Colocar o foco nos resultados (e não no tempo): exercer a liderança remotamente exige uma mentalidade radicalmente distinta, que implica concentrarmo-nos, não tanto no tempo que os trabalhadores investem nas suas tarefas, mas sim nos resultados. É, por isso, fulcral que se estabeleçam objetivos claros no início de cada semana e clarificar o momento em que devem ser apresentados os resultados.