Numa altura em que o mundo procura novos modelos de desenvolvimento, assentes na descarbonização da economia e num paradigma de circularidade que alivie a pressão sobre os recursos, a indústria automóvel está a assumir-se como um agente de mudança incontornável.

Os dados da Bloomberg NEF (Electric Vehicle Outlook, 2022), referem que a indústria automóvel deverá investir mais de 330 mil milhões de dólares em veículos elétricos e noutras tecnologias de baixo carbono até 2025. Este investimento deverá aumentar significativamente à medida que os construtores intensificam o seu foco no patamar mais ambicioso de todos: a neutralidade carbónica até 2050.

O mesmo relatório refere que os veículos elétricos deverão representar cerca de 60% das vendas globais de automóveis novos até 2040, o que reflete a crescente procura por soluções de mobilidade mais limpas e eficientes. É a própria Agência Internacional de Energia que prevê que o número de veículos elétricos chegue a 145 milhões até 2030, representando cerca de 7% do parque circulante mundial – ou 230 milhões e 12%, no caso de serem implementadas políticas de incentivo ou legislativas que hoje estão em preparação.

A eletrificação está a impulsionar inovações tecnológicas, como baterias de alta capacidade e sistemas de carregamento mais eficientes – e também a ficar mais acessível. O custo das baterias, por exemplo, tem vindo a cair na última década, o que tornará ainda mais competitivos os veículos elétricos num futuro cada vez mais próximo.

Estes dados são claros quanto à dimensão da aposta de toda a indústria automóvel em fazer parte da solução para um mundo mais sustentável.

Porventura como nenhum outro, este setor está a realizar investimentos sem precedentes que impactam toda a cadeia de valor, da produção aos fornecedores, passando pelas estruturas de distribuição comercial. Nesta medida, a indústria automóvel está a dar mostras de extraordinária renovação e, ainda, de uma notável capacidade criativa para surpreender com novas soluções.

O foco na eletrificação enquanto motor de mudança perante um quadro de emergência climática, a par do desenvolvimento de novos materiais e métodos de produção mais sustentáveis, realizando não só a descarbonização da economia como também a sua circularidade, demonstram até que ponto a indústria automóvel se torna incontornável nos grandes objetivos da humanidade.

E friso o termo “humanidade”. O automóvel nasceu pelas pessoas e para as pessoas. Há quase dois séculos que faz sonhar, inspira inovação, confere liberdade e promove prosperidade socioeconómica. E, se até aqui o automóvel foi um elemento de mobilidade, hoje é mais do que isso: representa um símbolo renovado de futuro sustentável.

Haverá outro setor tão resiliente como este?