Todos sabemos que o Digital está na ordem do dia e que já entrou pelas nossas vidas adentro.

Ninguém fica indiferente ao Digital e é muito difícil ficar “fora” dele.

Hoje em dia ir ao Banco, marcar uma viagem, pagar contas, entregar os impostos, ouvir música, fazer compras no supermercado, agendar uma consulta, fazer uma inscrição numa Universidade ou encontrar um namorado(a) são exemplos corriqueiros do que se pode fazer na Internet.

Praticamente tudo se faz na Internet...

A dependência da Internet é tão grande que entre os jovens (e até entre os menos jovens), uma das coisas que mais valorizam e pedem é Wi-Fi e acesso à Internet.

Há muito jovens que hoje em dia escolhem o restaurante porque tem Wi-Fi, escolhem o hotel que tem acesso ilimitado ao Wi-Fi, usam determinado tipo de transporte porque tem Wi-Fi e assim por diante.

Há jovens que trocariam sem pestanejar o tirar a “carta de condução” por um acesso ilimitado à Internet…

Não só não querem estar desligados da Internet por causa das redes sociais e, nomeadamente, do Instagram, mas também porque precisam do acesso à Internet para “tratar” de todo um conjunto de tarefas do dia-a-dia.

De tudo isto é interessante analisarmos este fenómeno da Internet e nomeadamente onde estamos e para onde vamos.

Na minha opinião a Internet tem sobretudo quatro grandes fases.

A primeira fase foi, obviamente, a sua criação e os primeiros passos em que proporcionou uma rede (praticamente) global designada precisamente de “World Wide Web”.

A segunda fase foi a sua verdadeira explosão em que chegou a todos os pontos do globo e onde milhões de computadores e dispositivos começaram a ficar ligados. Surgiram então milhões de sites por todo o mundo e milhões de App (“aplicações”) que permitem fazer (quase) tudo.

A terceira fase da Internet foi a designada “Internet of Things”, ou seja, a Internet das Coisas, em que muitos objetos, aparelhos, máquinas e dispositivos começaram a estar eles próprios conectados à Internet. Isto é, a Internet deixou de ser um exclusivo dos “computadores” tal como os conhecemos para passar a interligar também objetos não usuais.

No mundo da Internet of Things tudo passa a estar inter-conectado. Desde a simples torradeira até sofisticadas máquinas industriais da chamada “Indústria 4.0”.

Mas rapidamente vamos entrar na quarta fase da Internet. Aquela que muitos dos especialistas denomina de “Internet of Skills”, ou seja, a Internet das Competências.

Neste “admirável mundo novo da Internet” (uma espécie de re-visitação do romance de Aldous Huxley, que foi escrito em 1931), esta poderosa rede mundial começa a fazer a ligação e inter-ligação das várias “competências” que cada pessoa ou indivíduo tem e ai verdadeiramente é que se poderá dar um salto de gigante pois são as competências agregadas que permitem uma verdadeira evolução rápida da humanidade. Uma espécie de “inteligência coletiva” onde se pode “somar” e “multiplicar” o melhor das competências que existem em cada pessoa e mesmo em cada máquina.

Esta será, nos próximos anos, a fase suprema daquilo que conhecemos hoje sobre a Internet e será o ponto em que podemos exponenciar e tirar o máximo partido de tudo aquilo que a Internet proporciona.

Quando qualquer cidadão no mundo e em qualquer ponto do globo puder colocar ao serviço de outro qualquer cidadão noutra ponta do globo as suas competências e o seu saber e know-how, teremos então uma verdadeira rede global do conhecimento e das competências e ai termos a verdadeira Internet e a verdadeira razão que levou certamente um dos pioneiros e criadores desta “ferramenta”, Tim Berners-Lee, a criá-la.

Ao juntarmos então a conectividade global, o 5G, as competências e skills dos seres humanos e exponenciarmos com tudo aquilo que a inteligência artificial permite, entraremos então numa fase admirável e em que quase tudo passa a ser possível. Este novo “admirável mundo novo” tem, contudo, tanto de fascinante como de assustador….

Prepare-se, vem aí a Internet of Skills.