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O relatório “From source to sea — The untold story of marine litter” da Agência Europeia do Ambiente põe o dedo numa ferida que continua aberta: 80% dos resíduos que chegam ao mar são da responsabilidade humana e cerca de 85% do lixo marinho é plástico. As perspetivas não são animadoras pois segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA esse volume de plástico nos oceanos poderá triplicar até 2040.
São dados que obrigam a uma “call to action” imediata e um apelo à intervenção coletiva, que tem de passar por uma grande mudança nos nossos comportamentos diários, numa relação direta com a forma como produzimos e consumimos. O mar desempenha um papel fundamental no equilíbrio do planeta, quer pelo que representa em termos de biodiversidade, quer pelo que significa em termos de recurso. No entanto, é um recurso que não podemos dar como garantido.
A duplicação da população mundial nos últimos 50 anos levou a uma exploração intensiva dos oceanos e que tem de ser repensada. Isso obriga a sociedade em geral, desde as empresas aos poderes públicos passando pelos cidadãos, a repensar a forma como consome e produz para evitar que grande parte da poluição acabe por desaguar no mar. O nosso futuro assim o exige.
É certo que nos últimos anos os oceanos têm estado sob os holofotes mediáticos e políticos, mas isso não chega. Todos nós, como cidadãos, devemos ser verdadeiros agentes da educação ambiental, as marcas devem aprofundar o seu compromisso com a sustentabilidade e a economia circular e os poderes público têm de criar instrumentos legais que promovam a eficiência em detrimento da burocracia.
As preocupações ambientais estão, genericamente, na ordem do dia para os consumidores e, portanto, as marcas que tiverem práticas responsáveis ganharão também a sua confiança e a preferência.
Está, portanto, na hora de vermos mais estratégias assentes nos critérios ESG, com as empresas e as marcas a alinharem o seu modelo de negócio com a neutralidade carbónica, a biodiversidade e a preservação dos oceanos, a redesenharem e a repensarem o seu modelo de negócio, que até pode passar por uma outra conceção de produtos e serviços, para serem mais sustentáveis. Há que afinar o olhar e descobrir oportunidades verdes!
O desejável é minimizar os impactos ao longo da cadeia de valor, para se conseguir otimizar os ciclos produtivos, a distribuição e o consumo e promover o tratamento responsável de materiais quando os produtos deixam de ser úteis, com o devido encaminhamento para os sistemas de tratamento de resíduos.
O foco deve também estar na Educação Ambiental e, no caso do mar, na Literacia dos Oceanos através de campanhas de comunicação e de proximidade junto dos consumidores.
Conhecer. Inovar. Comunicar. Consciencializar. Decidir. Agir. São palavras de ordem que devem moldar a atuação de todos nós. Só assim será possível mudar o rumo que os oceanos estão a seguir.
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