Até há cerca de uma década atrás era relativamente simples conseguir planear uma campanha de comunicação de grande impacto.

Com o budget ideal, como ponto de partida, bastava garantir presença nos meios certos, de maior impacto para atingir o nosso target e garantir bons resultados com a nossa campanha.

E idealmente conseguir ainda adicionar elementos chave como o arranque da campanha em prime time nos canais generalistas, idealmente em blocos exclusivos alinhados para a mesma hora, o takeover nas redes de mupis pelo país fora, as bancas de jornais com capas falsas a criar a mancha de campanha ou mesmo os live copies de rádio em drive time em rádio, que chamavam a atenção de qualquer um pelo efeito inesperado no meio da emissão.

Em poucos dias a curva de cobertura da campanha alcançava níveis ótimos e com uma boa criatividade de base facilmente conseguíamos o impacto desejado.

Mas a fragmentação de audiências veio trazer novos desafios e, enquanto que meios emergentes como o Digital começaram a ganhar dimensão, a realidade de consumo dos principais meios mudou.

O controlo de consumo de conteúdos deixa de estar do lado do meios e passa para o lado dos consumidores, que decidem o que querem ver e quando querem ver.

É a era do My Time que veio definitivamente para ficar e trazer desafios acrescidos a quem trabalha na área da comunicação.

Escolhemos a música que queremos ouvir, os conteúdos de vídeo (TV, Séries e filmes), as notícias, tudo a qualquer momento e em qualquer lado.

Mas não basta estarmos junto do target no momento certo, a mensagem também deve ser relevante, e a personalização assume assim cada vez mais um papel fundamental na comunicação.

Um estudo da Mckinsey aborda a importância da personalização na comunicação, e refere que os consumidores esperam uma mensagem dirigida a si no momento de interação. Destaca ainda que as marcas que optam pela personalização na comunicação aumentam em cerca de 10% a 15% as suas vendas.

Esta comunicação adaptada ganha ainda maior relevância quando falamos de e-commerce, em que ao comunicarmos de forma mais relevante com cada consumidor conseguimos tornar a experiência mais positiva e fazer com que o consumidor se sinta especial.

Ferramentas como DCO (Dynamic Creative otimization) assumem cada vez mais importância no momento de tornarmos a nossa mensagem mais relevante.

O uso de AI é também cada vez mais uma estratégia inteligente para responder em tempo real às necessidades do consumidor. Através de variáveis como a localização, dados demográficos, interesses e hobbies, conseguimos ter informação valiosa para que a mensagem seja realmente relevante e no caso de vendas online possam ajudar a melhorar a experiência de compra, incrementar vendas, e fomentar a fidelização.

No fim, trata-se de conhecermos bem o nosso target antes de lhe dirigirmos uma mensagem, porque a estratégia de one size fits all já era, agora é preciso garantir que procuramos a peça ideal para cada um, no tamanho, material e cor certa, embrulhada em papel personalizado!